Editorial do Jornal Hoje em Dia , Minas Gerais, ve radicalismo nos militantes

Mais do que lamentáveis as cenas protagonizadas ontem, em Belo Horizonte, por professores grevistas das escolas estaduais, que partiram para o confronto com o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra. O presidenciável chegava para o primeiro debate público com suas concorrentes Dilma Roussef e Marina Silva, no 27º Congresso Mineiro dos Município, quando quase foi agredido por lideranças dos grevistas, na Expominas. Dilma, que entrou pelos fundos, e Marina Silva, que chegou mais cedo, escaparam da fúria dos manifestantes.Destaque-se que professores grevistas já haviam realizado outra manifestação claramente contra o tucano José Serra, quando este visitou a Expo Zebu, em Uberaba, ainda nesta semana. Ontem, repetiram-se cenas lastimáveis, nada condizentes com o espírito hospitaleiro e educado do mineiro.Em greve desde o dia 8, os professores de Minas têm, de fato, muito o que reivindicar. Infelizmente, estão tomando o perigoso caminho da desobediência e da baderna, o que não condiz, de forma alguma, com a profissão que exercem.Aliás, que mau exemplo nossos educadores deram ontem aos alunos da escola pública. Primeiro, pelas agressões e o confronto com os partidários de José Serra, tucano como o Governo de Minas. Politizaram a greve.Segundo, e, mais grave, é que, desde a terça-feira, o movimento grevista foi suspenso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Quer dizer, além de a categoria não acatar a decisão judicial, decidiu manter o movimento e ainda promoveu manifestações agressivas. Que os salários de nossos mestres são muito aquém das necessidades não é novidade para ninguém. Que eles carecem de instrumentos para se atualizarem também é inegável. Que enfrentam toda sorte de dificuldades nas salas de aula, é outro fato por demais conhecido.Mas os professores - e as suas lideranças, especialmente - têm de se conscientizar de que no grito não se resolve nada, e o diálogo ainda é a melhor maneira de se chegar a um bom termo. Afinal, violência e berros não resultam em acordos, que é o essencial neste momento, para não pôr em risco o ano letivo.

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