Os atos acontecem, em geral, no fim dos encontros e são realizados pelo candidato a vice, Leonardo Bortoletto (DEM); ele diz que, apesar de não ser a intenção, isso aproxima a chapa dos eleitores mais religiosos da capital

Leonardo Bortoletto (DEM), que é candidato a vice na chapa, é o responsável por realizar as orações durante as agendas de campanha |
Foto: Uarlen Valério / O TEMPO
Por SÁVIO GABRIEL
05/11/20 - 18h30
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Além dos discursos com a apresentação de propostas, as agendas de campanha do candidato à Prefeitura de Belo Horizonte João Vítor Xavier (Cidadania) são marcadas também, em sua maioria, por momentos de oração. O ato, sempre conduzido pelo candidato a vice Leonardo Bortoletto (DEM), acaba aproximando a candidatura dos eleitores mais religiosos da capital, reconhece Bortoletto, ponderando, no entanto, que a prática surgiu de forma espontânea e sem ligação com a campanha eleitoral.
“Não é algo só da campanha. A gente tem feito isso desde a pré-campanha. É um hábito meu e do João. Fazer oração nada mais é do que falar com Deus, e o que a gente faz é pedir que Deus abençoe a agenda, que abençoe aquilo que vamos tratar porque a gente está indo ao encontro da população para escutar e dialogar com ela”, afirma Bortoletto. “Precisamos de Deus para tudo. E, se a gente tiver a oportunidade de fazer a oração, não vou me furtar porque acho extremamente importante”, complementa.
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No geral, as orações são feitas ao final das agendas, após as discussões em torno das propostas para a prefeitura da capital. Mas a ideia, conta Leonardo, é sempre tentar fazer o momento ainda no início.
Na semana passada, por exemplo, durante um encontro que reuniu mulheres para discutir a prevenção ao câncer de mama em virtude do Outubro Rosa, Leonardo fez uma oração pedindo reconhecimento à capacitação dada por Deus a especialistas e “a políticos e políticas interessados verdadeiramente com o propósito do senhor, que é o de salvar vidas”. Ele também pediu que a população se “livrasse desse mal” e que fosse promovida “cura e libertação nas nossas vidas”.
O candidato a vice-prefeito destaca que a única intenção das manifestações é a de estar mais próximo de Deus, mas reconhece que, inevitavelmente, elas aproximam a chapa da parcela de eleitores mais religiosa de Belo Horizonte. “A intenção nunca foi essa (aproximação). É estar próximo a Deus. Agora, acho que as pessoas começam a se identificar com outras que têm os mesmos hábitos”, diz, afirmando que tem percebido um grande apoio, nas suas redes sociais, de membros da comunidade católica e evangélica da capital.
“Acontece, sim (a aproximação com essa parcela da população). O que eu acho extremamente saudável também, porque a gente tem que conhecer o dia a dia dos nossos candidatos, e o coração, dentro daquilo que é possível ao homem conhecer. As atitudes falam mais que as palavras e essas são as nossas atitudes”, diz o companheiro de chapa de João Vítor Xavier.
Religiosidade se fortaleceu há 17 anos
Aos 42 anos, o empresário Leonardo Bortoletto diz que sua relação com a religião vem desde a infância, com idas eventuais à igreja. Mas ela se intensificou há 17 anos, após uma experiência, que, segundo ele, modificou a sua vida. “Eu nasci num lar católico, mas meu relacionamento com Deus é o que a gente chama de católico não praticamente. Ia à igreja eventualmente”, explica.
Após a experiência ocorrida em 2003, o candidato a vice diz que a relação se fortaleceu. “Entendi o que Deus fala, entendi que eu posso falar e que Deus escuta. É uma relação maravilhosa. Mudou meu jeito de enxergar as coisas, de viver, de namorar”, diz, afirmando que seu casamento e a criação de seus filhos é pautada nos princípios cristãos.
Desde 2003, ele frequenta a mesma igreja evangélica, localizada no bairro Betânia, região Oeste da capital. Embora nunca tenha assumido nenhum cargo de liderança religiosa, ele diz que “ajuda no que pode”. “Ali eu sempre trago uma palavra a pedido do pastor, oriento os jovens com a minha esposa, que é ministra de louvor e canta na igreja”, explica.
Além das orações, Leonardo Bortoletto também costuma discursar em algumas agendas. Um dos pontos que ele geralmente critica é a existência de um suposto discurso de divisão que existe atualmente na capital, onde, na avaliação dele, se coloca patrões contra empregados. Para o candidato, essa não é a realidade de Belo Horizonte.
Antes de assumir a vice na chapa encabeçada pelo Cidadania, Leonardo Bortoletto atuava também como coordenador do plano de governo de João Vítor Xavier. Ele é fundador do Clube da Permuta, empresa que reúne outros 1.400 negócios no Estado e da Nação Empreendedora, que tem mais de 200 associados.
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